O Cruzeiro incomoda muita gente

Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press

Desde criança, quando comecei, realmente, a gostar de futebol e acompanhar os jogos do Cruzeiro, seja pelo rádio, pela televisão ou no Mineirão, descobri que devemos saber ganhar e saber perder. Quando saímos vitoriosos, não é correto desmerecer os adversários, insultar jogadores e instituições. Do mesmo modo, quando estamos perdendo, não adianta partir para a violência ou, como dizem, tentar “ganhar no grito”. 

Descobri, também, que o Cruzeiro incomoda muita gente. 

Cada clube tem sua grandeza, sua torcida, sua história e, para muitos cruzeirenses, o manto celeste é como se fosse uma segunda pele. O sangue azul corre pelas veias. O torcedor cruzeirense é, sim, apaixonado e impulsiona o time. Somos o único clube fora do eixo Rio-São Paulo a conquistar o Campeonato Brasileiro na era dos pontos corridos. Falem o que quiser, mas a história não mente, jamais vai mudar.

Um caso bem recente, e que me deixou impressionado, ocorreu com as declarações de alguns jogadores gremistas contra o Thiago Neves e do zagueiro Bressan e do atacante Luan desmerecendo o Cruzeiro, após o título da Libertadores do Grêmio. Isso mostra que aquela classificação celeste na semifinal da Copa do Brasil deixou muitas marcas no time gaúcho. 

Nos anos 90 era bem comum ter entrevistas polêmicas, comemorações inusitadas, discussões entre dirigentes. Mesmo assim, deixar de apreciar o sabor da vitória e focar apenas em criticar os adversários não me parece a forma mais agradável de comemorar um título. Enfim, colher os frutos do trabalho e das conquistas deveria ser um momento único. Claro que as provocações fazem parte do futebol; é isso que faz crescer a rivalidade. Em certo momento, iremos provocar, em outros seremos provocados. 

Cabe lembrar aos jogadores do Grêmio que também estamos classificados para a Libertadores do ano que vem. O mundo dá voltas e, quem sabe sejamos adversários novamente na maior competição de clubes do nosso continente. Então, as coisas poderão ser decididas dentro de campo, que é onde realmente interessa. Ali, o futebol jogado é o que faz a diferença e as únicas palavras que valem são os gritos de incentivo que vêm das arquibancadas. E, podem ter certeza, estaremos preparados.