Não se acovarde e siga em frente, Cruzeiro!

AFP/Martin Bernetti

Conquistamos apenas dois dos nove pontos que já disputamos na competição. Apesar disso, uma vitória por dois gols de diferença na próxima quinta-feira no Mineirão é suficiente para colocar o Cruzeiro, temporariamente, entre os classificados do grupo. 

Analisando friamente o resultado, o empate no Chile não é tão ruim; a questão é que o elenco parece não ter assimilado ainda o peso de se conquistar esse tricampeonato para a nação azul. O revés diante do Racing na primeira rodada foi tratado como "fatalidade" visto que o ataque funcionou, mas a defesa deixou muito a desejar. Contra o Vasco, em casa, o futebol apresentado preocupou. Jogamos muito mal. E pior, assustamos poucas vezes a meta de Martín Silva.

Mano Menezes escolheu e armou a equipe celeste para ontem com o intuito de não perder, deixando, assim, para fazermos os pontos em Belo Horizonte. É bem verdade que o Cruzeiro não sofreu grandes perigos em Santiago, contudo a sensação que ficou para o torcedor é a de que se tivéssemos agredido mais o adversário, voltaríamos com a vitória. É o estilo de jogo que incomoda profundamente o cruzeirense: estamos acostumados a jogar ofensivamente, nos impondo dentro e fora de casa; tanto é que a própria imprensa chilena nos apelidou de "La Bestia Negra" décadas atrás. 

O investimento feito para essa Libertadores foi absurdo, chegando a ser bastante questionado pela imprensa nacional caso as contas não fechem e os títulos não venham. Nosso treinador está de volta há dois anos e estamos cansados desse futebol pragmático, previsível e de enlouquecer a China Azul. Falta honestidade do comandante para quem espera (e deve mesmo esperar) um nível muito acima do que apresentamos neste ano. 

Em 2017, compreendemos as características defensivas em virtude das peças limitadas que possuíamos ofensivamente. Uma nova temporada se iniciou, o elenco foi reforçado e o time não tem correspondido em campo, principalmente nos grandes jogos. Fomos campeões mineiros, porém isso não pode ser parâmetro se comparado à indispensável Libertadores.

Aguardamos uma resposta na semana que vem, Mano Menezes. O Cruzeiro é muito grande e capaz de reverter essa roubada que ele mesmo se meteu. Precisamos vencer a La U e o Racing em casa e, no mínimo, derrotar o fraco Vasco no Rio de Janeiro. A torcida fará o seu papel. Esperamos que vocês também. Vamos, Cruzeiro!