Sonolento Cruzeiro não ficou de boa no Mineiro

Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro

Um sonolento Cruzeiro entrou em campo nesta quinta-feira e empatou com o Boa Esporte, em Varginha.

Um resultado muito ruim, para um futebol muito pobre. E, na verdade, inesperado. 

É verdade que estamos no começo da temporada; apenas 4 partidas foram disputadas. Se aqui fosse um país sério, com um calendário de futebol decente, provavelmente o time ainda estaria em pré-temporada, com a importante fase de preparação para o ano.

Ainda assim, nada justifica um futebol tão apagado e tão sem empolgação. A equipe praticamente não mudou. Apenas uma peça importante da equipe titular foi negociada. Alguns bons jogadores chegaram para fortalecer o elenco. Por isso, acreditávamos em um entrosamento maior, em um futebol mais ofensivo e agressivo.

A primeira partida ainda deu a impressão de que o Cruzeiro jogaria para frente, com gana de fazer gols. Depois disso, voltamos no tempo.

O Cruzeiro se tornou mestre em complicar partidas aparentemente tranquilas. Contra o Alt. Mineiro, a equipe controlou grande parte da partida e, em um vacilo da defesa, sofreu o gol de empate.

Contra o Boa Esporte, a história se repetiu, e por duas vezes. Saímos na frente, com um golaço de falta de Robinho, no primeiro tempo. Na segunda etapa, uma falha pelo lado esquerdo, a bola desviada na zaga sobrou para o empate adversário.

Mesmo assim, encontramos forças para reagir e fazer o segundo gol, com Fred, após grande passe de Lucas Silva e assistência de Thiago Neves. Incrivelmente, a defesa falhou novamente, desta vez com o lateral Edilson, que deixou o atacante do time de Varginha ganhar o lance no drible, jogar a bola para a entrada da área e deixar o jogador na boa para fuzilar a meta do goleiro Fábio. Ainda deu tempo de o zagueiro Murilo ser expulso e complicar mais o final de jogo.

Nos últimos anos, sob o comando do técnico Mano Menezes, o Cruzeiro criou um costume de segurar a partida em demasiado, mesmo com uma vantagem mínima no placar. É uma estratégia muito perigosa e, nos últimos dois jogos, nos custou quatro pontos na tabela de classificação.

Com as sucessivas falhas defensivas, há muito trabalho pela frente para corrigir esses erros. O Cruzeiro de 2019 ainda carece de mais velocidade, de jogadas mais incisivas. Em alguns momentos, parece que o time não tem gana de atacar e só se lança ao ataque quando a situação já está complicada. Alguns só aparecem nos grandes jogos. É pouco.

O campeonato estadual é um desmotivador, sim. Com exceção do clássico na primeira fase e de uma eventual final contra o outro lado da lagoa, a competição não vale nada. Seria um momento bom para fazer testes, mas foram poucos até agora. Alguns jogadores começaram o ano muito abaixo da crítica. Hoje, em especial, Léo, Murilo e Edílson comprometeram demais a equipe. Thiago Neves e Fred, mesmo com a assistência e gol, respectivamente, jogaram muito mal novamente. São importantes para o esquema de jogo e precisam de melhores apresentações. Enquanto isso, outros jogadores pedem passagem. 

Por isso, talvez seja hora desta equipe entender que, independente do jogo ser do campeonato mineiro, é o Cruzeiro que está em campo. E, vestir essa camisa já é um motivador e tanto. Ademais, a torcida, que paga o ingresso e vai para apoiar o time, seja em qual competição for, merece muito mais do que o oferecido até agora. Com o elenco que temos, podemos apresentar um futebol bem melhor.

O caminho é longo; estamos apenas nas primeiras semanas da temporada. Muita coisa pode e deve mudar e a tendência é que melhoremos nos próximos jogos. Ainda temos novas peças para estrear, Rodriguinho e Dodô; novos esquemas de jogo, novas maneiras de jogar. Precisamos de algo diferente, para se destacar em 2019.

Todos ali podem fazer bem mais. Basta ter vontade de vencer, em qualquer ocasião. Agora é hora de menos stories, mais treinos, mais gana. 

Para cima deles, Cruzeiro.