Devolvam o nosso Cruzeiro!

Reprodução/Cruzeiro

Inconsistência defensiva, ofensiva, ausência de padrão de jogo, saída de bola inexistente e uma queda de rendimento inexplicável! Esse é o resumo do atual Cruzeiro comandado por Mano Menezes.

A verdade é que jogamos como time pequeno há muito tempo. Porém, como levantamos títulos, o nosso treinador parece ter conquistado, para grande parte da torcida, a alcunha de inquestionável. Nem preciso aprofundar no assunto para dizer que tornar alguém intocável ultrapassa a burrice. 

Mano Menezes foi fundamental na gestão do grupo para conquistarmos o estado e o país de 2017 até aqui, mas é preciso fazer uma reflexão: se o treinador adversário, Fernando Diniz, extrai o máximo do limitado Fluminense, por que o Cruzeiro joga o mínimo com um elenco tão qualificado?

Nunca faltou apoio. Desde 2013 (e, especialmente, em 2015 e 2016 quando a fase foi terrível), a Nação Azul tem feito a sua parte lotando as arquibancadas, aumentando o número de sócios torcedores, comprando camisas, mas a paciência tem limite e o futebol exige resultado. No momento, os confrontos evidenciam um desempenho palpérrimo, como se tivéssemos um amontoado de jogadores em um esquema conhecido por todos e no qual o treinador se recusa a rever conceitos. E, pior: não demonstramos evolução! Até quando teremos uma marcação  frouxa? Até quando tomaremos gol todo jogo? Até quando vamos chutar miseráveis quatro bolas a gol em dois jogos e o oponente incríveis quarenta? 

Historicamente, a torcida celeste se acostumou a vencer e a encantar. Por isso, somos tão exigentes. A torcida é quem faz o clube! Por causa dos milhões de guerreiros azuis e brancos, o Cruzeiro se tornou um gigante! Desta forma, não podemos ser coniventes com um aproveitamento de equipes medianas. Há que contestar, do aeroporto à Toca da Raposa. Não há tempo para fazer stories e dar petelecos uns nos outros enquanto, em campo, a história não for diferente.

Estamos com a corda no pescoço. Escolhemos investir ainda mais mesmo com as contas no vermelho com o intuito de ganhar títulos. Não é chatice! Estamos jogando tudo, menos futebol. Um trabalho nota 6 não serve. É preciso querer mais, ser mais, incorporar o espírito vencedor de ídolos eternos e resgatar, no torcedor, a vontade de ver o próprio time que os jogadores têm nos tirado.

A "desculpa" envolve a priorização das competições no estilo mata-mata. De cara, nas oitavas, pegaremos o atual campeão da América. A sorte é que temos tempo para ajustar cada detalhe para batermos de frente com o River Plate.

Aos responsáveis, devolvam o nosso Cruzeiro! A torcida não merece tanto sofrimento.