Os delírios do Professor Pardal no Cruzeiro

Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro

O Cruzeiro conheceu sua primeira derrota no ano, em um jogo adiado da segunda rodada do Campeonato Mineiro, contra o Tombense, fora de casa.

O revés por 2x0 mostrou uma equipe celeste bastante desorganizada, sem plano tático, sem ímpeto ofensivo, com uma defesa desajustada e, por isso, o sinal de alerta precisa estar ligado na Toca da Raposa II.

Nos últimos 5 jogos, o Cruzeiro saiu atrás do placar. Contra o Tupynambás, um primeiro tempo pífio, com 2x0 contra, para uma boa recuperação no segundo tempo e 4x2 a favor ao final do jogo. Em seguida, contra o América, em um jogo muito fraco tecnicamente, Maurício nos salvou da derrota após o gol americano.

Pela Copa do Brasil, conseguimos a classificação com um empate contra o São Raimundo/RR e, novamente, um jogo abaixo da crítica, com um sufoco tremendo no final.

No último domingo, quase conhecemos a primeira derrota no ano, contra o Patrocinense. Maurício, mais uma vez ele, fez o gol de empate do Cruzeiro no apagar das luzes, já no final da partida. Novamente, vimos um Cruzeiro apático dentro de campo.

E finalmente, nesta última quinta-feira, a derrota veio, contra um Tombense que não precisou de muito esforço para nos superar.

Alguns fatores precisam ser levados em consideração, no momento: o Cruzeiro foi dilapidado e esteve à beira do colapso completo,  o Campeonato Mineiro deve ser utilizado como um período de testes, o elenco foi amplamente reformulado e o ano está apenas começando. Ainda assim, devemos ficar preocupados e precisamos cobrar.

Enquanto o trabalho administrativo do Conselho Gestor é louvável, a gestão do futebol está muito aquém de nossas necessidades. Iniciar a temporada com Ocimar Bolicenho e Benecy Queiróz no comando de nossas negociações pode ter sido um tiro no pé. Além disso, os jogadores indicados pelo técnico Adilson Batista ainda não mostraram serviço.

Dentro de campo, as decisões e escalações do treinador são altamente questionáveis. A insistência em jogadores como Roberson e João Lucas, que claramente não tem a menor condições de vestir a camisa do Cruzeiro, em detrimento de jogadores jovens e que podem trazer mais retorno técnico e financeiro ao clube, é incompreensível. Inclusive, para um clube em recuperação financeira, o investimento feito em reforços até aqui não foi bom.

O Cruzeiro de 2020 parece sem treinamento. É apenas um amontoado de jogadores dentro de campo, sem saber o que fazer com a bola. A zaga, que seria um dos nossos maiores trunfos para a temporada, virou uma peneira e foi vazada 8 vezes nos últimos jogos. O espaço dado pelo meio de campo contribui para uma defesa exposta e vulnerável. Enquanto isso, o ataque depende de lampejos e jogadas do camisa 11 Maurício. Fora isso, nossas jogadas ofensivas são praticamente nulas.

Se levarmos em consideração os adversários enfrentados até o momento, podemos e devemos ficar preocupados. A exigência na série B será ainda maior e a expectativa seria de chegar preparado para essa disputa. Será que conseguiremos montar um time competitivo à tempo?

A cobrança precisa existir. Mesmo com a total reestruturação do futebol do Cruzeiro, o trabalho do nosso treinador poderia ser muito melhor. Contudo, fica a dúvida e chance de reflexão: há quanto tempo Adílson Batista não faz um bom trabalho em algum clube? Pela minha lembrança, desde a sua demissão do Cruzeiro em junho de 2010.

Não dá pra jogar a culpa nos jovens da base, recém promovidos e jogados no meio de um turbilhão. Muitos deles não estavam prontos para o desafio e precisarão se desenvolver durante o ano. Contudo, não podemos usar, também, a reconstrução do Cruzeiro como muleta para todos os problemas atravessados. O nosso futebol, no momento, não nos credencia à nada relevante em 2020. Na verdade, não nos deixa nem um pouco animados com o que está por vir na temporada e com o nosso objetivo maior do ano: voltar à primeira divisão.

Está na hora de acordar, Cruzeiro!

E você, torcedor cruzeirense, está confiante no trabalho do treinador ou acha que precisamos de alguma mudança?