O grito pela transparência foi dado na ALMG

Foto: Mineirão/Agência i7

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais, recebeu, pela primeira vez desde o desenrolar dos manifestos sobre o caso Mineirão/Minas Arena, uma audiência pública focada em discutir sobre o caso. Além dos representantes dos clubes, parlamentares e demais órgãos, inúmeros torcedores celestes compareceram em peso para participar dos debates, manifestando diante das irregularidades da atual administradora e da falta de compromisso com a realização das partidas, fruto da falta de prioridade e diálogo com o futebol.

A posição da Minas Arena, através do seu diretor comercial, ficou evidente para todos nós na data de ontem, dizendo que o consórcio não abrirá mão da forma financeira inviável ao Cruzeiro e demais clubes. Mesmo que diversos setores possuam faturamento diante a realização dos eventos esportivos (como estacionamentos e bares), parece que um diálogo para que os clubes tenham participação financeira naquilo que é mais honesto, não cabe mais para a Minas Arena.

Uma partida de futebol, com seus custos, vai muito além do que se disputa nas quatro linhas de base. Não é exagero por ninguém ao dizer que o Mineirão se torna inviável nas condições impostas, colocando o Independência e o América-MG como personagens mais abertos para discutir sobre desenvolvimento e questões comerciais, dando melhores condições para o mando de jogos na Arena. Mesmo com as diversas propostas e abertura de diálogo, conforme exposto pelo CEO da SAF, Gabriel Lima, é evidente que não existe mais negócios diretos.

O representante da Minas Arena mostrou que o estádio tem o triplo de eventos e o repasse inflado que o governo estadual está tendo que aplicar. São expostos inúmeras 'perfeições' que o consórcio busca fazer, como a iluminação de LED e um estádio 'atualizado'. Pergunto, afinal, será realmente um foco ao estádio ou aos inúmeros shows? Onde está o cumprimento da obrigatoriedade da realização mínima de partidas?

Diante das falácias, devemos exaltar todos os cruzeirenses presentes no auditório da ALMG, com menção honrosa aos que debateram nos microfones para quebrar as inúmeras falácias colocadas pela administradora. Cito aqui os nomes: Dra. Anália, Filipe Ikis, Allyson Caires e Priscila. Também exaltamos aqui, os parlamentares que estiveram presentes na discussão, para demonstrar como é necessário a apuração das irregularidades, além da importância em retomar o foco do estádio ao que realmente importa: o futebol.

Os oradores daquela tarde, mostraram como é inverídico o tratamento da Minas Arena com a segurança do estádio, refletido na morte do torcedor Eros Datilo, e dos inúmeros roubos na esplanada do estádio. Além disso, o descaso com o gramado, organização de estruturas como os bares, e o descaso com o dinheiro público, foram pontos traçados e merecem nosso grito.

O povo mineiro segue tendo que bancar um absurdo contrato, feito entre o estado e o consórcio, e a luta não pode parar por aqui. Mais do que nunca, a CPI se faz necessária de ser aberta, é hora de investigar todo o absurdo que vem sendo escancarado há anos, e exigirmos respeito pela casa do futebol mineiro. Jamais cruzaremos os braços para quem lesa o povo diariamente. Por mais transparência e CPI já!