A qualidade não existe no Cruzeiro do primeiro turno

Foto: Staff Images/Cruzeiro

Torcedor, mais uma vez o Cruzeiro deixa a desejar e sofre uma dura derrota, desta vez diante do Goiás no Estádio Independência. A atuação deu 'calo nos olhos' de quem esteve no Horto ou diante da TV, com um time que não soube ter coletivo para vencer os Esmeraldinos, além de tremendas falhas individuais em todos os setores.

Antes, falávamos da sequência de quatro jogos sem derrota, construída na base do 'vence e não convence'. Foi essencial ver o time vencer 'a qualquer custo' pelos objetivos em casa, mas essa filosofia pesou negativamente, resultando na primeira derrota em seus domínios no Campeonato Brasileiro e convertendo a fase em duas partidas seguidas sem vencer.

É alarmante a situação neste primeiro turno da Série A. A agressividade e determinação imaginadas durante o comando do técnico Pepa caíram bruscamente em rendimento e qualidade nas partidas. Um time com dificuldades de atacar, deixando finalizações 'zeradas' na primeira etapa de três das últimas cinco partidas, sem construção concreta da linha ofensiva e com falta de transição no meio-campo, além da dificuldade defensiva em segurar os perigos dos adversários.

Como disse Pequitito recentemente, a sequência só não é pior porque o goleiro Rafael Cabral salvou nos jogos contra o Goiás e o São Paulo. Mesmo tendo falhas anteriormente, Cabral se redime cada vez mais e se torna peça importante para o grupo.

AS DIFICULDADES DE CADA SETOR 

A defesa não se fixa com Lucas Oliveira. Apesar das melhorias no início do Brasileirão, o jogador apresenta queda de rendimento e erros que abriram a defesa nos ataques dos rivais. A dupla do Castán precisa ter Neris como opção principal para a linha de zagueiros. Além disso, os laterais Marlon e William se portam bem nos lados de campo, mas enxergam dificuldades com a falta de qualificação dos companheiros.

No meio-campo, Mateus Vital, que era uma das principais peças para o Cruzeiro, não se efetiva mais nos gramados e não se apresenta da forma que conhecíamos. Jussa e Machado não se encontram em campo e estão perdendo o norte. Dou méritos a Filipe por estar se esforçando como grande participante nos gols celestes e na defensiva, mas é preciso mais esforço por parte do atleta que completou 100 jogos com a camisa do clube.

O ataque, principal dificuldade da comissão técnica, não possui homens de referência como centroavante, visto que Gilberto e Henrique Dourado se apagam toda vez que estão em campo, e Bruno Rodrigues está 'desnorteado' com a falta de estruturação nesta linha. Wesley tem sido quem desempenha melhor papel, com mais tentativas de criação e encaixe nos cruzamentos.

QUAL A VISÃO DE HOJE?

O que vemos na linha ofensiva hoje é a tentativa de variações das peças até que haja algo fixo, mas que, com os jogadores em mãos, não se concretiza em nenhum momento. O meio sente a falta de Richard para consolidar mais as movimentações em campo e a defesa não se porta como deveria, com várias aberturas.

É necessário que o clube compreenda a importância dos reforços que precisam ser urgentes entre os titulares. Paulo Vitor, Matheus Pereira e Arthur Gomes podem ser as peças necessárias para que o ataque possa se alterar para melhorias efetivas.

Nesta filosofia da utilização de novas peças, Lucas Silva é um jogador que pode demonstrar boas condições na transição celeste, e até mesmo como um destaque defensivo, mesma característica de Fernando Henrique, recém-recuperado de lesão, que pode ser mais uma peça à disposição. Além destes, Palacios e a sua versatilidade podem ajudar o time nas jogadas de lado e a fechar a parte de trás.

CONCLUSÃO 

Claramente não vivenciamos os treinamentos do Cruzeiro, mas é evidente para todos nós que as mudanças precisam ocorrer e RÁPIDO. É hora do treinador Pepa abrir a mente para poder promover melhores propostas de jogo, tanto no sistema tático quanto nas insistências das substituições. É preciso enxergar as realidades do plantel definido atualmente e olhar para frente com diferentes filosofias, para alcançar melhores momentos.

Sabemos das metas e que a Série A não seria fácil neste primeiro ano de retorno, mas para um time que construiu tantas boas expectativas no começo da temporada nacional, não é hora de ir para trás e largar esta vontade de lado. Nós torcemos por um Cruzeiro que possa ir além, que tenha potencial e raça para buscar os resultados. Não podemos deixar desperdiçar tantos pontos em casa com equipes inferiores na tabela, e é preciso fazer o 'fator casa'.

Os próximos jogos serão muito difíceis, e é preciso reagir e buscar qualidade para pontuar.

Muda Cruzeiro!